Uma comitiva de 20 pessoas sendo elas 15 africanas visitou o Espaço Cultural Vila Esperança, em Goiás, nos dias 25 e 26 de Janeiro de 2015.
Quatorze sacerdotes de Religião Tradicional Iorubá, de Abeokuta na Nigéria, estiveram na Vila Esperança para conhecer de perto o trabalho desenvolvido com crianças e adultos na valorização da cultura afro-brasileira.
Babá King, doutor em Sociologia pela USP e fundador do Centro Cultural Oduduwa e o Oduduwa Templo dos Orixás, falou sobre a importância da chegada dos africanos à Goiás:
“Viemos aqui porque sabemos que esta casa é a casa do bem, chamada Vila Esperança.E a esperança que essa casa leva para o coração de várias famílias é que motivou a nossa vinda. Cada um desses senhores e senhoras vindos da África são chefes de família e da sua própria comunidade. A nossa mensagem, como africanos, é dizer que o amor não tem fronteiras, o amor não tem cor de pele, o amor é aquilo que está dentro dos nossos corações. Nós brasileiros somos todos africanos. Se seu pai não é negro, seus avós são negros. Mesmo que não sejam negros, algum amigo seu tem sangue negro, algum vizinho tem sangue negro. Somos todos brasileiros, seja índio, seja branco, seja preto.”
O encontro dos africanos com as crianças da Escola Pluricultural Odé Kayodê foi especial, como destaca a aluna Ayana Emos, de 9 anos: “Eu já participei muitas vezes do Ojó Odé, que é a vivência cultural afro-brasileira, e é como se a gente viajasse até a África. Dessa vez com essa visita foi diferente, foi como se a África viesse até a nós.”
A visita dos africanos é um momento histórico de reafirmação e reconhecimento do trabalho cultural, educativo e social que a Vila Esperança realiza em Goiás a vinte e quatro anos.
Para a jovem Andressa Viana Soares, ex-aluna da escola e participante dos projetos, o encontro com os Iorubá foi comovente e encantador. Ela os definiu como “Ilustres visitantes, personagens novos para nossa história, pessoas cheias de sabedoria e conhecimentos, prontos a compartilhar e que atravessaram o mar para nos presentear. Após anos vivenciando e conhecendo a cultura africana hoje pude conhecer de perto, ver em carne e ossos.”
Para homenagear os africanos as crianças apresentaram o Samba de roda da Vila e partilharam de um farto café da manhã.