Escolhemos encerrar o ano letivo da Escola Pluricultural Odé Kayodê dando voz às “PALAVRAS VIVAS”…
O encontro na noite do dia 15 de dezembro colocou na “roda do nosso Quilombo” palavras vivenciadas no cotidiano da EPOK e na Vila Esperança.
Tudo muito simples, preparado com a intenção de compartilhar as aprendizagens significativas sobre a nossa forma de comunicar as ideias, ler, escrever e pensar o mundo!
Cada letra guarda um segredo, um som que se junta a outros para formar uma grande mágica.
A PALAVRA que é tudo o que a gente fala,
todos os nomes das coisas e tudo o que existe no mundo:
O que podemos ver, imaginar ou sentir.
Palavra tem poder, tem AXÉ!
Uma PALAVRA puxa a outra…
…nasce uma FRASE…
…outra frase estica o assunto,
surge um TEXTO.
E a gente lê, compreende, fala, comunica, desenha, escreve,
dança, cria e recria a nossa forma de expressão, pela linguagem do amor, do respeito…
AGRADECEMOS a todas e todos que compartilharam do nosso ano!
Que venha 2017!
LEILÃO DE JARDIM
Cecília Meireles
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(este é o meu leilão.)
EU JURO QUE VI
Turma Pica-pau
Eu juro que vi um cachorro malhado
Fazendo xixi no meu telhado
Eu juro que vi uma borboleta colorida
Com bolinhas na barriga
Eu juro que vi um grande leão
No meio do furacão
Comendo pão com limão
Eu juro que vi um tamanduá bandeira
Escondido atrás da bananeira
Eu juro que vi um saci no mato
Caçando homem malvado
Eu juro que vi uma “Saci Pereré”
Pulando e dançando na ponta do pé
Eu juro que vi um saci na roça
Trançando a crina do cavalo na carroça
Eu juro que vi um macaquinho marronzinho
Pegando um ovo no meio do ninho
Eu juro que vi um pato com bico amarelo
No meio do lago fazendo polichinelo
Eu juro que vi um orangotango vermelho
Pulando e olhando no espelho.
UNÇANSIÁGO
AZAN KONIDÓ:
SIÁ AZAN MANDÊ
SIÁ MABUN ÌBIRICUM!
A sua palavra
É forte:
Eu sou alguém
Eu tenho cultura!
(Rainha Zinga de Angola – 1623/1663)
O MACULELÊ
Gabriela
O MACULELÊ é uma luta
De origem africana
Guerreiros que disputavam
Para ver quem rei se tornava
Aqui na Vila Esperança
Maculelê é também dança
Com bastões e ritmo
De uma cultura, a herança, a lembrança
Roupas feitas de palha,
Pintura tribal na pele,
Mistério em cada passo e
Tudo isso eu faço!
CAPOEIRA NA VILA
Kauã Nogueira
Capoeira é uma dança,
Jogo e luta de guerreiros
Dos negros africanos
E de nós brasileiros.
Berimbau, o instrumento principal,
Caxixi faz xique, xique, xique
Tambor desperta alegria e cor
Reco-reco ritmo vivo e certo.
Se faz em roda
Canto, toque e movimento
Barimbau, tambor, caxixi
Capoeira no corpo e pensamento.
O JONGO
Caiuri de Sousa Botelho.
O jongo é uma dança dos negros
Vindos do continente africano.
Está no corpo de todos,
Até de quem não sabe.
Cada passo do jongo tem um nome
Tem pisada de café,
Tem o tabiado
E tem o toque tá tá tá tum dum dum.
Eu vou tocar o meu caxambú…
DANÇATERAPIA
Thamyres Vicente
Dançaterapia
Amor e harmonia
É vida, é dança
É movimento que contagia.
O corpo embalado pela música
Dança, cores, ritmo e melodia,
Vive muitas sensações
Brincadeiras e fantasias.
É um jogo com o tempo
Dança rápido, dança lento
Dança a natureza, dança o vento
Dança o coração e até o pensamento.
E o mais importante:
É muito interessante!
– Vem dançar nesse instante!
O SAMBA DE RODA
Anne Isabella
O samba de roda
É afrobrasileiro
É uma dança cultural
De todo o povo brasileiro.
Eu gosto do samba de roda
Porque sambar dá muita alegria
O som do tambor nos pés
Pra mim, é vida e harmonia.
Eu sambo todos os dias,
Nenhum dia sem sambar
Na roda de flores coloridas
Eu entro sem parar.
A SACIZADA
Andryell Guimarães.
A sacizada
É o dia da comilança
É o dia em que os sacis
Fazem a festança.
Acontece na rua
Tem felicidade
O que é muito bom
Para toda a cidade
Por toda a rua
Há cor vermelha,
Capuzes e pegadas
Do Saci levado
E dos pulos da meninada.
Tem brincadeiras, tem música
Tem apresentação, tem dança
Rodamoinho entre pessoas
E vento que balança.
Mas só até dar meia noite
Na Vila Esperança terá festa geral
Porque à meia noite
Os sacis voltam pro bambuzal.