Junho é tempo de agradecer ao que a terra nos dá, e o que colhemos em nossos estudos. Nosso ponto de partida, então, é a festa junina e tudo que a compõe como importante representação da vida da mulher e do homem do campo. Dessa forma estudamos por meio de músicas, receitas de comidas e memórias das festas juninas vivenciadas por cada criança e adultos envolvidos no processo.
O mês de junho, dedicado a colheita, começou com os preparativos para que cada criança montasse, na própria casa, um “Cantinho Junino”. Com esse objetivo foi proporcionada uma oficina de confecção de lanterna junina para alimentar e evocar a memória de nossa festa tão marcante: o Arraiá da Esperança. As crianças receberam os materiais para garantir que todo mundo tivesse o próprio cantinho. A segunda oficina optou para estimular as crianças em representar a Festa Junina através de um desenho. A tal proposito foram escolhidos alguns autores brasileiros que retrataram essa festa tão significativa e popular: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres e Marina Jardim. Interessante destacar como a referência mais forte se torne a festa vivenciada pelas crianças na rua da escola, testemunhada pela presença de barracas de brincadeiras, comidas e atrações típicas do nosso Arraiá. Prosseguimos no decorrer desta semana com nosso primeiro ensaio de Ojó Odé a distância. O Robson e a Lucia cantaram algumas músicas no Quilombo e em seguida teve a narração do mito de origem da Agricultura com Robson. A oficina proposta foi de mandala com sementes. As crianças tinham recebido um kit de sementes e um papel pardo já recortado para realizar a própria obra. Foi um exercício de paciência todavia gratificante pelo resultado alcançado. A terceira oficina foi de partilha sobre a instalação do “Cantinho junino”. Cada criança teve a oportunidade de mostrar o cantinho, as decorações, os enfeites, de partilhar lembranças e projetar novas ideias em vista da nossa Festa que ocorreu no dia 24 de Junho, na plataforma meet, nossa sala virtual.
Especialmente nos encontros online, as turmas se envolveram com os temas e conteúdos tratados no bimestre, tudo regado a muita arte e disposição do educadores em fazer desse período o mais agradável possível, um espaço de construção de relações, afetividade, aprendizado e construção de sujeitos com olhares atentos e capazes de ler as diversas realidades que nos cercam. Ainda que com as dificuldades ocasionadas pelo ensino on-line durante a Pandemia, construímos um bimestre em diálogo com as crianças e suas famílias. Em tempos tão delicados a força persistente da Escola Pluricultural Odé Kayodê se firma e se flexibiliza com o arco e a flecha do caçador. Foram muitas as reuniões com todo o grupo de educadores e encontros em duplas para pensar as melhores formas de alcançar um ambiente de estudos que ultrapasse a relação das telas dos computadores e celulares.